Empreendedorismo: ideias inovadoras e histórias de superação
O novo empreendedor pode contar com o Sebrae que presta consultoria e instrui os novos empresários
por Kivia Souza e Rafaele Rego
Trabalhar por conta própria, ter horários flexíveis e ganhar dinheiro com uma boa ideia. Esse é um cenário profissional ideal, mas nem todo mundo nasceu com um talento imprescindível para isso dar certo: senso de empreendedorismo, o que sustenta a boa administração e a inovação de um produto ou serviço. Hoje, porém, as facilidades para formalizar empresas e sair da informalidade tem revelado bons casos de empreendedores, que além de se darem bem no mundo dos pequenos negócios ainda geram empregos e renda, contando com orientações de entidades como o Sebrae.
Negócio de Beleza - Ela foi babá, faxineira, lavadeira e doméstica. Nunca trabalhou com carteira assinada. Hoje, Heloísa Assis, 50 anos, mais conhecida como Zica, é sócia de uma rede de salões de beleza com onze filiais espalhadas pelo país e fatura mais de R$80 milhões por ano. São 1.300 colaboradores trabalhando com registro em carteira. Eles atendem cerca de 70 mil clientes por mês e ainda dão conta de caravanas de regiões, que se deslocam até às unidades em busca de tratamento. A receita de todo esse sucesso? Força de vontade, espírito empreendedor, apoio familiar e uma fórmula química 'secreta' que deixa cabelos crespos soltinhos e naturais.
Quando ainda tinha 21 anos, a ex-doméstica fez um curso de cabeleireiro para encontrar a solução. Foram 10 anos até chegar à fórmula certa. Foi aí que ela percebeu que tinha nas mãos a receita para o sucesso de um negócio próprio e que podia levar transformação à mais mulheres. Só que ela não tinha dinheiro para investir. A família, então, entrou no jogo. O marido precisou vender o único bem da família, na época, um Fusca 78. “O meu irmão Rogério e a amiga Leila também juntaram algumas economias e investiram em nosso primeiro salão. O local escolhido foi uma casa antiga na região da Muda, Zona Norte do Rio. Isso foi em 1993.
Na casquinha - Francisco de Carvalho abriu sua primeira lanchonete há 11 anos, quando tinha apenas 22. A ideia surgiu com o projeto de conclusão do curso de Turismo, onde ele pretendia criar um point para turistas que gostassem de uma alimentação saudável e trazer à Salvador,a novidade do açaí. “Naquela época, só existia uma lanchonete que vendia açaí na Barra. Quem morava na região da Pituba e Itaigara tinha que enfrentar o trânsito da cidade”, lembra o empresário.
O espírito empreendedor de Carvalho foi além do projeto da faculdade. Com o dinheiro da rescisão do antigo trabalho, ele abriu sua primeira lanchonete e incluiu no cardápio mais de 100 tipos de sucos, açaí com frutas diferentes, entre outras opções de lanches. O sucesso foi tanto que o turismólogo passou a ser convidado para abrir filiais por toda a cidade, inclusive, em um grande shopping de Salvador e em uma rede de supermercados.Para se destacar na concorrência, Carvalho procurou formas de inovar no cardápio e criou o açaí frozen, o buffet de salada de frutas, e é o único a comercializar a casquinha de açaí na Bahia. No final de 2010, a primeira franquia do Açaí & Saúde foi aberta em Praia do Forte, no município de Mata de São João, completando a quinta loja. “Nunca me vi como um empreendedor. Montei meu negócio a partir de uma necessidade que eu enxerguei em Salvador, um lugar que oferecesse alimentação saudável”, conta. Hoje, com 33 anos, o empresário já está com a vida financeira mais do que consolidada e com novos projetos para expandir ainda mais a empresa.
Doce - Anailton Jataraiba Ferreira, de 43 anos, era vendedor ambulante, quando foi tentar a vida no Rio de Janeiro. Sem obter sucesso, voltou para Salvador, sua cidade natal, para vender cocadas feitas na hora. “Conheci um amigo que me ensinou a fazer, e eu achei que seria interessante fazer os doces da hora com diversas opções de sabores”, relembra. Para abrir a banca que fica em Itapuã, no largo da sereia, Jataraiba fez um empréstimo de R$ 33 mil no Banco do Brasil. Hoje, ele fatura cerca de R$ 3 mil por mês. Na época de vendedor, sua renda mensal era de R$ 800. “Hoje, tenho uma renda liquida de R$1.800 e arrecado cerca de R$ 33 mil durante todo o ano”, conta.Para se tornar um empreendedor individual, o trabalhador deve obter renda anual de até R$ 36 mil, e se cadastrar no programa do Sebrae, através do Portal do Empreendedor.
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